quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

#14

Concreto sol declara tola figura
pálida, inerte, rija: eis o dia!
Faca estúpida corta sem ternura
todo gentil abstrato da luz sombria.

Azul labora densa amargura
de vida que não há, só se anuncia
para dia já findo, mas que perdura
na alma de um corpo só agonia.

Que chegue a noite e seu ar macio
que ainda dia será nesta hora
tão silente em que uiva o fastio.

Cerram-se as vistas e se vai embora
pelo próprio oceano bravio
então noite e vida serão agora...