Nestas ruas ancestrais
de pedras mudas, quietas
de antigos silêncios sepulcrais,
duras maciças repletas
de contidas vozes abissais
repousam porém ambulantes,
minhas pernas.
Igualmente duras quietas
feito pedras e – não te espantes!
ainda que membros inferiores,
sentimentais.
Contudo pernas e dores
sobre pedras (as duas)
dispostas em lama nuas
após furtadas sem pudores
à pedreiras longínquas feito luas
para os que sobre pedras, com horrores,
rumam.
E minhas pernas de um lado cada
como duas cordas contraídas ora esticadas
vão da pedra na lama até em cima,
ao nada.
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