sábado, 29 de maio de 2010

#5

Por tua lágrima navegam cargueiros
abarrotados de vazios desesperos,
amores e dores colhidos
em portos de algures: há mares passados.

Monturo de monstros calados, distantes nalgum lugar
de correntezas choradas por Netuno – Deus de todo choro! –
ainda vivos no ponteiro dos relógios de teus cargueiros,
inútil sabre para matá-los.

Entretanto eficaz para golpear o capitólio de teu olhar,
porto onde aportam negreiros
nos quais és tu cativo passageiro.

Porém não és o mais ilustre a embarcar
nestes negreiros que navegam
pelos ribeiros pingados de teu olhar.

2 comentários:

  1. poesia dahora.

    õ/

    gostei do final:
    "Porém não és o mais ilustre a embarcar
    nestes negreiros que navegam
    pelos ribeiros pingados de teu olhar."

    abraços.

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